“Tertúlias de Arquitectura” . Arq. José Vale Machado
José Eduardo Vilaça e Moura do Vale Machado . Braga 1966
Licenciatura em arquitectura pela FAUP em 1994. Frequenta o curso de Pós-Graduação em Direito do Urbanismo, do Ordenamento e do Ambiente, no Centro de Estudos de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Docência . Leccionou as disciplinas de Ocupação Urbana e Fundamentos do Ambiente do Curso de Gestão Ambiental da Escola Profissional de Fermil de Basto. Formação Profissional . Curso de verão de Direito do Urbanismo, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisvoa, no ano de 2000. 1.º CONGRESSO INTERNACIONAL, subordinado ao tema “Um Código de Urbanismo para Portugal”, promovido pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Experiência Profissional . Exerce a actividade de colaborador no gabinete do Arq. Henrique de Carvalho. Exerce a actividade de colaborador no gabinete do Arq. Alcino Soutinho. Exerce a actividade de arquitecto com João Castro Ferreira, em gabinete próprio, entre os anos de 1991/1993. Colaboração do gabinete com o Arq. Manuel Fernandes de Sá. Exerce a actividade de arquitecto, em gabinete próprio, entre os anos de 1994/2000. Exerce a actividade de arquitecto com Pedro Luís Cardoso Lima, em gabinete próprio, desde o ano de 2000. No âmbito da actividade profissional acima referida, foram desenvolvidos trabalhos nas diversas áreas da Arquitectura e do Urbanismo.
Muito bem! Dar voz à malta mais jovem e com grande qualidade.Se puder apareço
Caro “Xantô”Muito obrigado pela visita e pela participação. Esperamos então poder vê-lo mais logo no auditório da UFP… O sucesso desta segunda edição das “Tertúlias” depende, essencialmente, da participação dos presentes. Esperamos também, à semelhança das anteriores conferências, poder apreciar, comentar e debater o trabalho de um arquitecto da “nova geração”. Mais uma vez , muito obrigado e… até breve.(P.S. Tal como já comentamos noutros casos, o “arquitectura em pessoa” não aceita comentários anónimos, pelo que agradecemos que sempre que colocar um comentário este seja assinado, ou haja uma possibilidade de identificação e comunicação. Caso contrário, não poderemos aceitar os comentários. Caso pretenda publicar anónimamente os seus comentários, poderá enviar-nos por e-mail o mesmo, devidamente identificado, que nós publicaremos de forma anónima.)Os melhores cumprimentosCerveira Pinto
É mesmo verdade que o sucesso destas tertúlias de arquitectura depende imenso da participação dos presentes. Foi precisamente o que aconteceu nesta última, muito mérito pelo despertar de temáticas diversas relacionadas com o exercício da profissão, o futuro da arquitectura e dos arquitectos e a abordagem à metodologia do acto de projectar.Numa perspectiva mais abrangente da profissão, os problemas burocráticos, legislativos, de relação/negociação com o cliente, de prazos a cumprir, financeiros, etc. acabam por ser enormes condicionantes ao acto de projectar, reflectir, projectando-se sempre no produto final. A “velha” escola de arquitectura que formava arquitectos “artistas” e repudiava todos os valores empresariais do “métier”, existia também como metodologia protectora ao acto de criar, sem que o “artista” se preocupasse com tudo o resto que pudesse comprometer a peça final. Estes tempos mudaram e hoje o arquitecto já não pode ser tão “artista” sob risco de ficar sem poder de resposta, perder clientes e ter que se dedicar a outra actividade para sobreviver. E o acto de projectar? De reflectir? De pensar arquitectura? No meio de tantas condicionantes, o que sobrevive (sobra? Uma resposta directa a todas as questões colocadas, algumas delas contraditórias (como tantas vezes acontece na legislação), e um objecto final vulgar, pouco interessante, disforme, incoerente, condicionado por todas essas vontades exteriores ao local, à morfologia, ao espaço, à articulação com a ideia, com a vontade do intelecto de transformar, de criar sensações, formas que alterem a paisagem de forma fresca, positiva, que nos permita evoluir.Não é verdade que a grande percentagem de obras de arquitectura interessantes, novas, consideradas de referência não cumprem a legislação? Qual a metodologia a adoptar para que haja articulação entre o acto de projectar e todas as variáveis externas? Ou a boa arquitectura também serve para quebrar leis e regulamentos? Mostrar a quem as pensa e escreve que há outras formas de resolver essas questões? E em que circunstancias pode o projecto avançar sem todas as condicionantes cumpridas? O que é um facto é que os arquitectos têm encontrado um espaço de compromisso. Uma área cinzenta que varia de região para região dentro deste nosso jardim. Uns mais aventureiros mais próximos da zona branca e outros mais cautelosos mais próximos da zona preta. E no meio de tudo isto os desenhadores e os engenheiros continuam a projectar “coisas” duvidosas mas que são aceites de forma generalizada como dado adquirido para a paisagem, sem se levantarem grandes questões. E a arquitectura vai continuar a ser aquela “coisa” estranha? Com tantos arquitectos em formação, será que nunca mais desaparece esse maldito decreto 73/73? E Portugal está preparado para tanta arquitectura?Parabéns a mais uma bela tertúlia!Pedro Santiago
Olá Caríssimo PedroDe facto, se mérito houve nesta “tertúlia” ela deveu-se sobretudo à participação, motivada pela explanação dos temas bem “na ordem do dia” que foram aportados pelo arq. José Vale Machado. Penso que ficou clara a relação da arte com a arquitectura, indissociavelmente ligadas e que, felizmente, marcam a distinção entre aquilo a que podemos chamar de facto “arquitectura” e as obras projectadas por técnicos que não sabem sequer o que é um edifício barroco. Por outro lado parece-me que também ficou clara a noção de que hoje o arquitecto não se pode deixar cingir pela noção (ainda tão romântica) do “artista”, que apenas vê o lado mais “plástico” da sua obra… Penso que a resposta a esta questão estava precisamente na qualidade, sem concessões, da obra apresentada. Não há de facto incompatibilidade entre o “mercado” e a “arte”, e todos sabemos que, por vezes, até obras bem complexas podem ser “populares”. Quanto à última pergunta, penso que, em Portugal não há ainda uma “cultura arquitectónica” vasta e abrangente, bem pelo contrário. Recorre-se ainda muito (demasiado) ao “habilidoso”, ao “projectista”, ao “engenheiro” (nem que seja de minas – e armadilhas…). Mesmo por parte dos próprios órgãos do poder (autárquico e central) ainda não há a consciência plena desta necessidade imperativa, até como forma de melhor gerir e aproveitar os recursos do próprio país, a todos os níveis. Acabar com o 73/73 é um sonho que se persegue há muitos anos (demasiados, a meu ver) e que a própria classe ainda não “interiorizou” devidamente (talvez porque haja aqui muitos “hiatos” ainda por esclarecer). Mas a necessidade impõe-se e TODOS nos deveríamos movimentar no sentido de acabar definitivamente com uma situação que prejudica toda a população e o país e geral e, sobretudo, os próprios arquitectos. Bom. Já me alonguei demasiado. Muito obrigado pela participação. Aguardemos então, ansiosamente, a próxima “tertúlia”…Abraço e até breve.